Provavelmente você já ouviu falar sobre o IGP-M pelo seu jargão popular: a ‘’inflação dos aluguéis’’. Ele é utilizado para reajustar os contratos e operações do setor imobiliário, mas não para por aí, o IGP-M também pode impactar suas finanças e seus investimentos, então leia este texto até o final e aprenda tudo sobre esse indicador.
O IGP-M significa Índice Geral de Preços do Mercado. Como o próprio nome diz, surgiu para medir as oscilações dos preços, de vários setores da economia, dentro de um determinado período. Através dele é possível analisar o comportamento e o poder de compra do país.
Considerado como parâmetro de inflação, o IGP-M é comumente usado para reajustar os contratos de imóveis, entre o locador e o locatário, e as tarifas cobradas por empresas de energia elétrica.
Com os resultados divulgados em junho de 2020, o IGP-M acumula alta 4,39% no ano, e no intervalo de 12 meses, 7,31%. Por conta do aumento dos preços dos combustíveis, o índice subiu 1,56% no mês de junho. Para acompanhar estes números basta acessar o portal da FGV IBRE.
O IGP-M é calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), e composto por outros três índices: IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).
Devido à amplitude do IGP-M, é necessário compreender o que cada índice representa.
Até o ano de 2010, este indicador era chamado de Índice de Preços por Atacado, porém devido às mudanças estruturais no comércio e na economia, foi realizada a alteração, para Índice de Preços ao Produtor Amplo. A partir de então, o IPA se consolidou como uma referência para o produtor, registrando os preços negociados nos estágios anteriores ao consumidor final, no setor de agropecuária e indústria.
O Índice de Preços ao Consumidor mensura o consumo de um conjunto de bens e serviços, com base nas despesas das famílias, com renda de 1 a 33 salários mínimos. São analisadas as variações dos preços de oito classes de despesas: habitação, transporte, alimentação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, leitura e recreação, educação, comunicação e despesas diversas.
O INCC é considerado com a referência oficial dos custos do setor de construção civil. A divulgação é feita mensalmente no portal da FGV.
Na prática, o IGP-M pode funcionar da seguinte forma: se você pagava um aluguel de R$1000,00 em 2018, e o índice IGP-M apresentou crescimento no ano, a tendência é que em 2019 ocorra um reajuste proporcional. Para saber o valor exato a ser corrigido do aluguel é bem simples, basta acessar a calculadora do cidadão e selecionar o período desejado.
Para o investidor, é de suma importância estar atento aos índices macroeconômicos, como o IGP-M, o IPCA, e taxa Selic, pois todos eles podem impactar, mesmo que de forma indireta, suas aplicações.
Existem alguns ativos de renda fixa que são remunerados a partir do IGP-M. A LCI (Letra de Crédito Imobiliário), a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), o CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), e as Debêntures, em sua modalidade híbrida, apresentam parte de sua rentabilidade ligada a esse indicador.
Já os títulos públicos negociados até o ano de 2006, apresentavam o IGP-M como referência, porém hoje em dia ele só é encontrado em negociação no mercado secundário, por meio de recompra de outros investidores.
Por fim, os ativos de renda variável como os fundos imobiliários (FII) e os dividendos pagos aos acionistas também podem ser afetados. Os dois pelo mesmo motivo são setores da economia que fazem parte do cálculo do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), como empresas de transporte, construção civil, educação, alimentação e outras.
Ou seja, se você decidir comprar uma ação, é interessante observar se o setor sofre impacto com a variação do IGP-M. As companhias do ramo imobiliário e de energia elétrica tendem a reajustar o pagamento de seus dividendos mediante tais oscilações.
Apesar do IGP-M apresentar algumas semelhanças com o IPCA, como a periodicidade da divulgação dos resultados, ele possui algumas diferenças que precisam ser ressaltadas.
Os dois indicadores podem ser usados para avaliar a atividade econômica do país, porém o índice oficial de inflação do Brasil é o IPCA. Neste contexto, ele é disposto como parâmetro em caso de alterações na meta e na taxa de juros. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é estimado por uma instituição pública, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa) e tem como foco o cliente final.
Por outro lado o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) engloba uma variedade de setores da economia bem como seu processo produtivo, como os preços por atacado (IPA), de construção (INCC) e ao consumidor (IPC).
Mesmo você, sendo investidor ou não, tire um tempo para dar uma atenção aos indicadores de inflação do país. O IGP-M, em especial, além de reajustar os preços de diversos setores da economia e de produtos que estão no nosso dia a dia, também pode atingir seus investimentos.
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