Introdução:
Internacional
• Bolsas invertem movimento e recuam após operação militar americana no Iraque;
• “Assassinato” de militar Iraniano de alta patente volta a reforçar a instabilidade vivida na região;
• Em meio às inúmeras incertezas que rondam o ataque, investidores recorrem a ativos de segurança como forma de se proteger: ouro, yen e dólar avançam;
• O petróleo (Brent crude) atinge máxima de 4 meses, negociado acima dos US$ 69,00/barril;
• Ata da reunião do FOMC de dezembro é destaque na agenda econômica.
Brasil
• Momento de maior aversão ao risco no cenário internacional deve prejudicar o desempenho da bolsa local;
• 2019 registra balança comercial mais fraca desde 2015;
• Commodities representam mais da metade das exportações no ano passado;
• Bolsonaro enxerga dificuldades na implantação do juiz de garantias e culpa Congresso pela sua criação.
Mercados… Bolsas asiáticas operaram predominantemente em terreno negativo, com bolsas de Tóquio, Hong Kong e Shanghai acumulando perdas na sessão. Na zona do euro, ativos de risco já registram baixas mais acentuadas, com o índice pan-europeu, STOXX-600, recuando 0,9% até o momento. Nos EUA, índices futuros já registram quedas da ordem de 1,5%, sinalizando uma abertura desfavorável também em NY, enquanto o dólar (DXY) volta a ganhar fôlego contra seus principais pares. Na frente das commodities, ativos operam em alta, liderada pelo preço do petróleo (Brent crude), que avança mais de 4,0% e já é negociado acima dos US$ 69,00/barril.
Ataque americano inverte os mercados… Os principais índices de mercado globais inverteram a direção e passaram a cair após a notícia de que uma operação militar americana no Iraque levou à morte de um dos principais líderes militares do Irã, Qassam Soleimani, dentre outros militares iranianos de alta patente. O ataque volta a chamar atenção sobre a instabilidade na região, e a questão que fica agora é se o Irã irá retaliar. O ministro do Exterior Iraniano, Javad Zarif, já chama o ataque de “terrorismo internacional”, ilustrando a insatisfação do governo iraniano com a situação. Vamos acompanhar…
Do risco para a segurança… O evento no Iraque parece ter relembrado investidores dos riscos geopolíticos que ainda existem ao redor do mundo e, além do petróleo – apesar das diversas sanções impostas pelos EUA, o Irã exportou em média cerca de 599.000 barris/dia em 2019 -, impulsionou ativos de segurança como o ouro, o yen e o dólar na manhã desta 6ªF. Em relação aos mercados acionários, ainda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas dado o nível elevado em que grande parte dos ativos se encontra no momento é provável que o ataque promova um movimento de correção acompanhado de uma maior volatilidade nos próximos dias.
Na agenda… Como grande destaque da agenda econômica internacional, sai a ata da reunião do FOMC finda no dia 12 de dezembro, às 14h. Naquela ocasião, os formuladores de política monetária optaram por manter a taxa de juros americana estável e o mercado busca agora novas pistas de como esta decisão foi tomada e, mais importante, saber se a visão passada por Jerome Powell – presidente do Fed – na coletiva de imprensa pós-reunião, de que os juros devem se manter em patamares reduzidos, é compartilhada pelos outros membros do comitê.
Mais agenda… Além da ata do FOMC, investidores acompanham o ISM industrial de dezembro e os gastos com construção em novembro (ambos às 12h) nos EUA, buscando novas pistas sobre a saúde da maior economia do mundo, além do índice de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) na Alemanha (10h).
Balança comercial mais fraca desde 2015… Em 2019, o superávit registrado pela balança comercial atingiu US$ 46.674 bilhões, registrando o pior resultado desde 2015, quando o saldo positivo entre as exportações e importações registrou US$ 19,5 bilhões. O baixo superávit de 2019 foi ocasionado por uma queda de 7,5% das exportações. As importações caíram 3,3% durante o mesmo período.
Commodities representam mais da metade das exportações… Os produtos básicos atingiram nova alta de 52% como proporção das exportações brasileiras em 2019. O fato é inédito desde 1997, quando a série histórica começou a ser monitorada. Em 2018, os produtos sem valor agregado representavam 49,8% dos produtos vendidos para o mercado externo. Entre 2018 e 2019, a participação dos produtos manufaturados nas exportações caiu de 36% para 34,6%. Os principais reesposáveis pela alta foram o minério de ferro, o petróleo e os produtos agrícolas. O fato indica que os manufaturados brasileiros perderam competividade no mercado global. A redução no consumo de produtos industrializados pela Argentina, o principal importador destes para o Brasil, que diminuiu quase 33% em 2019, também influenciou o dado.
Bolsonaro enxerga implementação de juiz de garantias como difícil… Em sua live semanal realizada pelo Facebook, o presidente afirmou que enxerga como improvável a implementação do juiz de garantias. A novidade no processo jurídico foi criada por uma emenda, de autoria do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), ao projeto do pacote anticrime. O presidente acredita que a questão deve demorar anos para ser definida. Além disso, Bolsonaro fez desabafo sobre as duras críticas que recebeu quando sancionou o projeto, sugerindo que o eleitorado criticasse com a mesma ênfase o Congresso, de onde surgiu a alteração.
Na agenda… Não existem indicadores relevantes a serem divulgados ao longo do dia de hoje.
E os mercados hoje? Como principal destaque da agenda desta 5ªF, a balança comercial mensal (15h) deve confirmar queda relevante nas exportações. Em dezembro, o superávit deve ser de R$ 4,2 bilhões (Bloomberg). No lado da inflação, o IPC-S deve refletir o aumento expressivo das carnes que tem pressionado todos os índices de inflação no mês, acelerando de 0,49% em novembro para 0,8% em dezembro.
E os mercados hoje? No exterior, a notícia de que uma operação militar americana no Iraque levou a morte de um oficial militar Iraniano de alta patente inverteu o movimento dos mercados, que passaram a operar em baixa na manhã desta 6ªF. Aqui, o mercado deverá repercutir de forma negativa a reversão de dinâmica verificada no exterior, principalmente porque mercados emergentes tendem a sofrer mais em momentos de maior aversão ao risco como este. Em função disto, esperamos um dia de viés baixista para a bolsa local.
Sobre o fechamento do último pregão:
Ibovespa: 118.573 (+2,53%);
Real/Dólar: 4,02 (-0,01%);
DI Jan/21: 0,88% (-4 bps);
S&P 500: 3.257 (+0,84%).
*Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.
Folha de São Paulo
– Lei de abuso de autoridade será desafio para Lava Jato
– Promessas de campanha de Bolsonaro pouco andam
– Covas afirma que será candidato à reeleição em SP
– Suspeito de atacar Porta dos Fundos foi para a Rússia
O Estado de São Paulo
– Argentina e disputa entre EUA e China reduzem saldo comercial
– Ghosn discutia produção de filme sobre seu caso com Hollywood
– Suspeito de ataque a produtora viajou para a Rússia
– Delatora diz que vaga em faculdade custava R$ 100 mil
Valor Econômico
– B3 inicia o ano com recorde e corta taxas para pessoa física
– Duto levará gás de Israel para Europa
– Juro menor nos EUA pressiona câmbio no país
– Acordo entre Alcolumbre e Maia impede mudança em rito de MPs
O Globo
– Com freio global, comércio exterior é o pior em 4 anos
– Justiça Eleitoral é lenta em casos da Lava-Jato
– Marina Silva: “Não vejo tendência de melhora na política ambiental”
– Crivella: corrida da reeleição será prova de fogo
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