Introdução:
Internacional
• Bolsas internacionais abrem a semana em tom positivo;
• Estabilidade dos juros nas economias desenvolvidas, dados de atividade fortes na zona do euro e expectativa por mais estímulos fiscais nos EUA promovem otimismo entre investidores;
• PMI/Markit industrial da economia americana é protagonista da agenda econômica do país nesta 2ªfeira;
• Livro Bege do Fed, reunião da OPEP e relatório de emprego nos EUA são alguns dos destaques da agenda na semana.
Brasil
• Governo e Congresso devem continuar discutindo auxílio emergencial e PEC emergencial ao longo da semana;
• Além da PEC emergencial, Congresso pode aprovar outras medidas de impacto setorial;
• Risco de fatiamento da PEC emergencial continua no radar dos investidores;
• Alguns senadores salientam possibilidade de abrir CPI da covid para investigar o PR;
• PIB do 4ºtri/20 e PIM de janeiro são destaques da agenda local.
Mercados… Mercados asiáticos iniciaram a semana em tom predominantemente positivo, com altas relevantes das bolsas de Tóquio, Xangai e Hong Kong. Na zona do euro, índices acionários amanheceram em alta: o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de todo o continente, registra alta de cerca de 1,4% até o momento. Em NY, índices futuros também ensaiam uma abertura favorável para bolsas americanas (S&P 500 fut: +1,0%), enquanto o dólar (DXY) tem manhã de recuperação contra os seus principais pares (+0,2%). Na fronte das commodities, a manhã é de alta generalizada entre os ativos. O preço do petróleo (Brent Crude – ICE) registra avanço de 1,3%, negociado próximo dos US$ 65,20/barril, com investidores na expectativa pela reunião da OPEP+ prevista para esta 5ªfeira.
Risk-on… Ativos de risco globais iniciaram a sessão em tom positivo, com estabilidade nos juros futuros nas das economias desenvolvidas e alta das bolsas e commodities. A estabilidade dos juros vem na esteira da iniciativa dos banqueiros centrais de reassegurar investidores que políticas estímulativas ainda serão sustentadas por um longo período, e é recebida como bom sinal para o mercado. Não obstante, as atenções ficarão voltadas à magnitude e velocidade de eventuais novas aberturas nos próximos dias. Como destaque do noticiário, a Câmara dos Representantes deu o primeiro grande passo para a aprovação do pacote de estímulos econômicos de US$ 1,9 trilhão costurado pela administração Biden.
PMI… Após os PMIs – termômetros mensais para a atividade econômica – apontarem para uma leve acomodação da atividade na China, a leitura final do PMI/Markit industrial na zona do euro apontou para a maior melhora das condições para o setor em três anos. Liderado pelas indústrias alemã e holandesa, o setor registrou uma leitura de 57,9 no período, alta relevante com relação aos 54,8 registrados na leitura final de janeiro. Com este resultado, a indústria segue puxando a retomada na economia europeia, atuando como contraponto aos setores que ainda enfrentam dificuldades (ex.: serviços). No geral, a melhora expressiva verificada nesta última leitura reflete a retomada constante da demanda interna e externa (exportações) por bens, que por sua vez acompanha a melhora de perspectivas com relação à campanha de vacinação e a resolução da pandemia como um todo.
Mais agenda… Ainda nesta 2ªfeira, o investidor avalia os PMIs industriais do Instituto Markit (11h45) e do ISM (12h) nos EUA. Na 4ªfeira, os PMIs do setor de serviços saem na Europa e nos EUA, seguidos pelas divulgações dos dados de emprego no setor privado do ADP e do Livro Bege do Federal Reserve – documento em que os diretores da instituição passam a sua visão sobre a situação corrente da economia americana. Na 5ªfeira, as vendas no varejo europeu em janeiro acompanham os dados de produtividade do trabalho no 4º tri de 2020 e as encomendas à indústria em janeiro nos EUA. Por fim, na 6ªfeira, o investidor recebe o relatório de empregos (payrolls) de fevereiro nos EUA, o principal destaque da agenda na semana.
Resumo da semana… Após uma semana em que o governo abalou a confiança do mercado, investidores devem continuar analisando as sinalizações que saem do Planalto quanto ao futuro das estatais e a aderência do governo à agenda liberal, personificada pelo ministro Paulo Guedes (Economia). No Legislativo, a PEC emergencial deve manter o foco do mercado, que acompanhará as articulações do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que visa criar um consenso na Casa Alta que também acate os interesses do governo. Na semana passada, Pacheco revelou que pretende votar o projeto nesta quarta-feira.
Outras pautas da semana:
(i) Hoje, o governo poderá cumprir uma promessa feita aos caminhoneiros apresentando um decreto que zera os tributos federais que incidem sobre o diesel por dois meses. O gás natural deve receber o mesmo tratamento, mas a desoneração, nesse caso, será permanente. Segundo o Instituto Fiscal Independente do Senado, a renúncia fiscal para o diesel deve custar R$ 3,3 bi aos cofres públicos.
(ii) Os deputados pretendem aprovar definitivamente na terça-feira a nova lei do gás, que visa modernizar a regulamentação do setor, facilitar a entrada de novas empresas e baratear o custo dessa fonte de energia. O Senado já aprovou a matéria.
(iii) O último destaque da semana fica com a instalação das comissões da Câmara dos Deputados prevista para a quinta-feira. A conclusão da formulação desses colegiados representa um importante passo rumo a um retorno à normalidade do processo legislativo, que afetará a celeridade de aprovação da PEC emergencial e a análise de todas as propostas que tramitarem pela Casa Baixa pelo restante do ano.
PEC emergencial… Em relação a PEC emergencial, que visa regulamentar os gatilhos do teto de gastos e ressuscitar o auxílio emergencial, já sabemos que a eliminação do piso dos gastos da educação e saúde – previstos na minuta do relator do projeto, Marcio Bittar (MDB-AC) – já foi retirada do projeto. Mas fora isso, o que mais precisa ser saneado para que o projeto receba o apoio de 49 senadores (mínimo para a aprovação de uma PEC)? As discussões e o fluxo de notícias nos primeiros dias da semana podem revelar novos impasses.
Pendurar a conta… Ademais, na semana passada, foi discutida a possibilidade que o projeto poderia ser fatiado, assim permitindo que o auxílio seja retomado mais rapidamente sem qualquer garantia de contrapartida fiscal. Esta estratégia preocupa o mercado. Por último, ainda existe a esperança de que o Senado termine a sua análise da proposta antes que a Câmara instale a suas comissões, fato que possibilitaria que o projeto siga o rito abreviado instalado durante pandemia, onde os projetos pulam a etapa das comissões e vão direto para o plenário.
CPI da Covid… Durante o fim de semana, o senador Tasso Jereissati (PSDB- CE) revelou a sua intenção de cobrar a instalação imediata de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar ações do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia. A gota d’água foi uma visita do PR ao Ceará que causou grandes aglomerações dos seus admiradores. Segundo o senador, a ação representa um crime de responsabilidade, um dos pressupostos do impeachment.
Aliado com as chaves da porteira… Enquanto os senadores buscam acusar Bolsonaro, Arthur Lira (PP-AL), – presidente da Câmara e o único que pode abrir tal processo – tenta botar panos quentes sobre a atuação do presidente. “Todos nós temos que remar no mesmo sentido…Lá na frente a gente vê quem errou, acertou, quem errou dolosamente”, afirmou o parlamentar.
Na agenda… Em início de semana movimentado, a agenda local traz as revisões das projeções de mercado no boletim Focus do Banco Central (8h25), a leitura final do PMI industrial de fevereiro (10h), o resultado da balança comercial mensal (15h) e as vendas de veículos (sem horário definido) no mesmo mês. No restante da semana, os principais destaques serão as divulgações do PIB do 4º trimestre de 2020 (4ªfeira) e a produção industrial em janeiro (6ªfeira).
E os mercados hoje? Mercados globais iniciaram a semana em tom positivo, com investidores de olho em dados econômicos fortes na zona do euro e nos avanços do governo americano em direção à aprovação de mais estímulos fiscais neste fim de semana. No Brasil, o cenário ainda segue mais desafiador com a falta de perspectivas com o ajuste fiscal, a recente sinalização de maior intervenção em estatais e a forte piora do quadro sanitário. Desta forma, esperamos uma abertura de viés neutro/positivo para ativos de risco locais, que deverão se beneficiar da melhora externa, mas limitados pela manutenção das incertezas internas.
Sobre o fechamento do último pregão:
Ibovespa: 110.035 (-1,98%)
BR$/US$: 5,60 (+1,26%)
DI Jan/27: 7,84% (+4 bps)
S&P 3.811 (-0,48%)
*Obs.: a taxa de câmbio utilizada é a referência da Bloomberg.
VALOR
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